Quando os tubarões não mordem

Meus filhos e eu visitamos um aquário onde as pessoas podiam acariciar os pequenos tubarões mantidos num tanque especial. Perguntei à atendente se as criaturas alguma vez tinham ferido alguém, e ela explicou que eles tinham sido recém-alimentados e recebido comida extra. Não mordiam porque estavam saciados.
O que aprendi sobre acariciar o tubarão faz sentido de acordo com um provérbio: “Quem está satisfeito recusa o mel, mas para o faminto até o alimento amargo é doce” (Provérbios 27:7). A fome, essa sensação de vazio interior, enfraquece o nosso discernimento ao tomarmos decisões. Convence-nos de que não há problema em aceitar qualquer coisa que nos preencha, mesmo que isso nos leve a “morder” alguém.
Deus quer mais para nós do que uma vida à mercê de nossos apetites. Ele deseja que sejamos cheios do amor de Cristo, para que tudo o que fizermos flua da paz e estabilidade que Ele provê. Saber que somos amados incondicionalmente nos torna confiantes. Permite-nos sermos seletivos ao considerarmos as coisas “doces” da vida: conquistas, bens e relacionamentos.
Apenas o relacionamento com Jesus gera a verdadeira plenitude. Que possamos compreender Seu incrível amor por nós, para que sejamos “preenchidos com toda a plenitude de vida e poder que vêm de Deus” (Efésios 3:19) por nossa causa e pelo bem dos outros. Pão Diário

Digressões divinas

Pode ser difícil ouvirmos “não” ou “agora não”, especialmente quando sentimos que Deus abriu uma porta para servirmos aos outros. No início do meu ministério, tive duas oportunidades nas quais achava que meus dons e habilidades correspondiam às necessidades das igrejas, mas tais portas se fecharam. Depois, surgiu outra posição e fui selecionado. Com isso vieram 13 anos de ministério tocando vidas em trabalhos pastorais.
Deus redirecionou Paulo e seus companheiros duas vezes. Primeiro, “o Espírito Santo os impediu de pregar a palavra na província da Ásia”. Então, “…tentaram ir para o norte, […] mas o Espírito de Jesus não permitiu” (Atos 16:6,7). Eles não sabiam, mas Deus tinha outros planos que seriam úteis para o Seu trabalho e servos. O “não” divino aos planos anteriores os fizeram ouvir e confiar na liderança divina (vv.9,10).
Quem dentre nós não se entristeceu com o que pensávamos ser uma perda dolorosa? Sentimo-nos feridos se não conseguimos um emprego, se uma oportunidade de serviço não se concretizou ou se uma mudança foi interrompida. Embora essas coisas possam ser momentaneamente pesadas, o tempo muitas vezes revela que, na verdade, tais desvios são “digressões divinas” que o Senhor graciosamente usa para nos levar na direção que Ele nos quer, e, por isso, somos gratos. Arthur Jackson - Pão Diário

Desatando a corda


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Uma organização cristã promove a natureza terapêutica do perdão, e uma de suas atividades é um esquete no qual a pessoa que foi injustiçada é amarrada com uma corda ao transgressor. Só quem sofreu o pecado pode desatar a corda. Não importa o que fizer, terá alguém em suas costas. Sem perdão, sem desatar a corda, não há escape.
Oferecer o perdão a quem vem a nós triste pelos erros cometidos inicia o processo de nos liberarmos da amargura e da dor que podem se apegar a nós pelos erros que sofremos. No texto de hoje, os dois irmãos ficaram separados por 20 anos depois que Jacó roubou de Esaú o direito de primogenitura. Após tanto tempo, Deus disse a Jacó para retornar à sua terra natal (Gênesis 33:3). Ele obedeceu, mas nervosamente enviou para Esaú rebanhos de animais como presentes de (32:13-15). Quando os irmãos se encontraram, Jacó inclinou-se aos pés de Esaú sete vezes com humildade (33:3). Imagine a sua surpresa quando Esaú correu e o abraçou, ambos chorando pela reconciliação (v.4). Jacó não estava mais preso ao pecado que cometera contra seu irmão.
Você se sente preso por falta de perdão, com raiva, medo ou vergonha? Saiba que Deus, através de Seu Filho e Espírito, pode libertá-lo quando você busca Sua ajuda. Ele permitirá que você inicie o processo de desvincular-se de quaisquer amarras e o libertará. Amy Pye - Pão Diário

Seu elogio

Apesar de ser uma despedida, senti-me grato por ter ido ao funeral de uma serva fiel a Deus. Sua vida não fora espetacular, não era muito conhecida fora de sua igreja e vizinhança. Contudo, ela amava a Jesus, seus 7 filhos e 25 netos. Tinha o riso fácil, servia generosamente com alegria.
Em Eclesiastes 7 diz: “É melhor ir a funerais que ir a festas” (v.2). “O sábio pensa na morte com frequência”, pois com ela aprendemos o que mais importa (v.4). O colunista de um renomado jornal diz que há dois tipos de virtudes: as que ficam bem num currículo e as que você quer que digam em seu funeral. Às vezes elas se sobrepõem, embora muitas vezes pareçam competir. Na dúvida, escolha sempre as virtudes do elogio. Aquela serva não tinha um currículo impressionante, mas seus filhos testemunharam que “ela deu vida a Provérbios 31” descrevendo-a como uma mulher piedosa. Ela os inspirou a amar a Jesus e se importar com os outros. Como Paulo disse: “Sejam meus imitadores, como eu sou imitador de Cristo” (1 Coríntios 11:1), e seus filhos nos desafiaram a imitar a vida dela como ela imitava Jesus.
O que será dito sobre você em seu funeral? O que deseja que digam? Nunca é tarde para desenvolver as virtudes que o dignificam. Descanse em Jesus, pois a salvação que Ele nos concede nos liberta para vivermos o que mais importa. Mike Wittmer - Pão Diário

Vaidade em chamas

Em fevereiro de 1497, o monge Girolama Savonarola iniciou um incêndio. Antes disso, ele e seus seguidores passaram vários meses coletando itens que pudessem induzir as pessoas a pecar ou negligenciar seus deveres religiosos, incluindo obras de arte, cosméticos, instrumentos e vestidos. No dia marcado, milhares de itens “de vaidade” foram reunidos e incendiados numa praça pública em Florença, Itália. Esse evento é conhecido como a Fogueira das Vaidades.
Savonarola pode ter encontrado inspiração para suas ações extremas nas declarações do Sermão do Monte. “Se o olho direito o leva a pecar, arranque-o e jogue-o fora […] E, se a mão direita o leva a pecar, corte-a e jogue-a fora” (Mateus 5:29,30). Porém se interpretarmos literalmente as palavras de Jesus, perderemos o ponto da mensagem. Todo o sermão ensina a ir além da superfície, centrar-se no estado de nosso coração em vez de culpar nosso comportamento por distrações e tentações externas.
A Fogueira das Vaidades fez um grande espetáculo de destruição de pertences e obras de arte, mas é improvável que os corações dos envolvidos tenham sido alterados nesse processo. Só Deus pode transformar o coração. Por isso o salmista orou: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Salmos 51:10). É o nosso coração que conta. Remi Oyedele - Pão Diário

Brincando com alegria

Um dos nossos filhos, Brian, é treinador de basquete no Ensino Médio. Um ano, enquanto sua equipe se preparava para participar dos Jogos Estaduais, algumas pessoas bem-intencionadas da cidade perguntavam: “Vocês vão levar todas este ano?”. Os jogadores e os treinadores sentiram a pressão, então Brian adotou um lema: “Joguem com alegria!”.
Pensei nas últimas palavras do apóstolo Paulo aos líderes efésios: “completar minha carreira” (Atos 20:24). Seu objetivo era completar a missão que Jesus lhe havia confiado. Tornei essas palavras o meu lema e a minha oração: “Que eu complete a missão que me foi confiada”. Ou, como Brian diz: “Que possamos jogar com alegria!”. E a propósito, a equipe de meu filho ganhou o campeonato estadual naquele ano.
Todos nós temos boas razões para ficarmos ranzinzas: as notícias desencorajadoras, as tensões cotidianas, os problemas de saúde. No entanto, se pedirmos a Deus, Ele pode nos conceder a alegria que transcende essas condições. Podemos ter o que Jesus chamou de “minha alegria” (João 15:11). A alegria é fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22). Por isso, devemos nos lembrar de cada manhã pedir que Jesus nos ajude: “Que eu possa viver com alegria!”. O autor Richard Foster disse: “Orar é mudar. E isso é uma enorme graça. Como é bom que Deus provê o caminho pelo qual podemos viver com alegria”. Pão Diário

O Senhor se alegra

Minha avó recentemente me enviou uma pasta cheia de fotografias antigas e, enquanto eu as olhava, uma delas me chamou a atenção. Nela, tenho 2 anos e estou sentada frente à lareira. No outro extremo, meu pai está abraçando a minha mãe. Ambos estão olhando para mim com expressões de amor e satisfação.
Coloquei essa foto sobre a minha cômoda, onde a vejo todas as manhãs. É uma lembrança maravilhosa do amor deles por mim. Na verdade, até mesmo o amor dos bons pais é imperfeito. Guardei essa foto porque me lembra que, embora o amor humano possa falhar às vezes, o amor de Deus nunca falha e, de acordo com as Escrituras, Deus olha para mim como meus pais estão me olhando nessa foto. O profeta Sofonias retrata esse amor de maneira que me surpreende. Ele descreve Deus se regozijando com gritos de alegria. O povo de Deus não merecia esse amor. Eles não conseguiram obedecê-lo nem se trataram com compaixão. Mas Sofonias prometeu que, no final, o amor de Deus prevaleceria sobre os seus fracassos. Deus removeria o castigo deles (3:5) e se alegraria com Seu povo (v.17). O Senhor os reuniria em Seus braços, e os traria para casa, e os restauraria (v.20). Vale a pena refletir sobre esse amor todas as manhãs. Amy Peterson - Pão Diário

Esconde-esconde

“Ele vai me achar”, pensei. Meu coração bateu mais rápido quando ouvi os passos do meu primo de 5 anos se aproximando. Ele chegava mais perto. Cinco. Três. Dois. “Achei!”.
Esconde-esconde. A maioria das pessoas tem boas lembranças desse jogo. No entanto, às vezes, na vida, o medo de ser encontrado não é divertido e está enraizado num instinto de fuga. As pessoas podem não gostar do que veem.
Como filhos deste mundo caído, somos propensos a interpretar o que um amigo meu rotula de “confuso jogo de esconde-esconde” entre Deus e nós. Fingimos que nos escondemos, pois, de qualquer forma, Ele vê todo o caminho e até nossos pensamentos confusos e escolhas erradas. Sabemos disso, embora gostemos de fingir que Ele não pode realmente ver.
No entanto, Deus continua a procurar. Ele nos chama: “Venha, quero ver até mesmo as partes que o envergonham”, ecoando a mesma voz que chamou o primeiro ser humano que se escondeu por medo: “Onde você está?” (Gênesis 3:9). Um convite tão caloroso e tão penetrante: “Saia do seu esconderijo, querido filho, e volte a se relacionar comigo”.
Pode parecer arriscado demais, até mesmo absurdo. Mas dentro dos limites seguros dos cuidados de nosso Pai, qualquer um de nós, não importa o que tenhamos feito ou deixado de fazer, pode ser totalmente conhecido e amado. Jeff Olson - Pão Diário

Acabar com a inveja

O famoso artista francês Edgar Degas é lembrado por suas pinturas de bailarinas. Poucos sabem que ele invejava seu amigo e rival artístico Édouard Manet, outro mestre da pintura. Sobre ele, Degas disse: “Ele acerta de primeira, enquanto eu sofro e nunca acerto”.
Paulo classifica a inveja como uma das piores emoções, tão má quanto “toda espécie de perversidade, pecado, ganância, ódio, […] homicídio, discórdia, engano, malícia e fofocas”. É o resultado de pensamentos tolos, de adoração a ídolos em vez de adoração a Deus (Romanos 1:28,29).
Christina Fox, escritora, diz que, quando a inveja se desenvolve entre os cristãos, é “porque o nosso coração se afastou do nosso amor verdadeiro”. Baseados nesse sentimento, “perseguimos os prazeres inferiores deste mundo em vez de olhar para Jesus. De fato, esquecemo-nos de quem somos”.
No entanto, há remédio. Volte-se para Deus. “Ofereça cada parte sua a Ele”, escreveu Paulo (6:13), especialmente seu trabalho e vida. Em outra de suas cartas, Paulo alertou: “Cada um preste muita atenção em seu trabalho, pois então terá a satisfação de havê-lo feito bem e não precisará se comparar com os outros” (Gálatas 6:4).
Agradeça a Deus por Suas bênçãos e pela liberdade de Sua graça. Vendo nossos próprios dons concedidos por Deus, encontramos novamente o contentamento. Patricia Raybon - Pão Diário

Presente na tempestade


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O fogo consumiu a casa de uma família de seis pessoas da nossa igreja, mas o pai e um filho sobreviveram. O pai estava hospitalizado enquanto sua esposa, mãe e dois filhos pequenos eram levados ao descanso eterno. Infelizmente, esses acontecimentos continuam se repetindo. E a antiga pergunta também: “Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?”. Não nos surpreende que esse velho questionamento não tenha novas respostas.
Porém, a verdade que o salmista apresenta no Salmo 46 também foi repetida, ensaiada e aceita repetidamente. “Deus é nosso refúgio e nossa força, sempre pronto a nos socorrer em tempos de aflição” (v.1). Nos versículos 2 e 3, as condições são catastróficas: terra e montanhas se movendo e as águas furiosas. Estremecemos ao nos imaginarmos nessas condições tempestuosas retratadas poeticamente. Mas, às vezes, encontramo-nos assim: nos espasmos de uma doença terminal, numa crise financeira devastadora, atormentados e atordoados pela morte de entes queridos.
É tentador racionalizar que a presença de problemas significa a ausência de Deus. Mas a verdade das Escrituras contraria essas noções. “O Senhor dos Exércitos está entre nós; o Deus de Jacó é nossa fortaleza” (vv.7,11). Ele está presente quando as circunstâncias são insuportáveis e encontramos o conforto em Seu caráter: Ele é bom, amoroso e confiável. Arthur Jackson - Pão Diário

Em nossa fraqueza

Embora Anne Sheafe Miller tenha morrido em 1999 com 90 anos, ela quase falecera em 1942 ao desenvolver septicemia após um aborto espontâneo e todos os tratamentos terem sido infrutíferos. Quando um paciente no mesmo hospital mencionou sua conexão com um cientista, que estava trabalhando em uma nova droga milagrosa, o médico de Anne pressionou o governo a liberar uma pequena quantia para sua paciente. Em apenas um dia, sua temperatura voltou ao normal! A penicilina salvou a vida dela.
Desde a queda, todos os seres humanos experimentaram uma condição espiritual devastadora provocada pelo pecado (Romanos 5:12). Somente a morte, a ressurreição de Jesus e o poder do Espírito Santo nos possibilitaram sermos curados (8:1,2). O Espírito Santo nos permite desfrutar de uma vida abundante na Terra e da eternidade na presença de Deus (vv.3-10). “E, se o Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vocês, o Deus que ressuscitou Cristo Jesus dos mortos dará vida a seu corpo mortal, por meio desse mesmo Espírito que habita em vocês” (v.11). Quando sua natureza pecaminosa ameaça tirar a sua vida, olhe para a fonte de sua salvação, Jesus, e fortaleça-se pelo poder do Seu Espírito (vv.11-17). “O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza” e “intercede por nós, o povo santo, segundo a vontade de Deus” (vv.26,27). Ruth - Pão Diário

Salvando vilões

Os heróis dos quadrinhos são mais populares do que nunca. Em 2017, seis filmes de super-heróis contabilizaram mais de 4 bilhões de dólares em bilheterias. Por que esses filmes atraem tantos?
Talvez porque essas histórias se assemelham à grande história de Deus. Há o herói, o vilão, o povo necessitado de resgate e muita ação fascinante.
Nessa história, Satanás é o maior vilão, o inimigo de nossas almas. Mas há outros “pequenos” vilões. Em Daniel, Nabucodonosor é um exemplo. Ele era o rei de grande parte do mundo e decidiu matar qualquer um que não adorasse sua estátua gigante (3:1-6). Quando três corajosos oficiais judeus se recusaram (vv.12-18), Deus os salvou dramaticamente de uma fornalha ardente (vv.24-27). Entretanto, numa reviravolta surpreendente, vemos o coração desse vilão começar a mudar. Em resposta a esse acontecimento espetacular, Nabucodonosor disse: “Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego” (v.28). No entanto, ele ameaçou matar quem desafiasse a Deus (v.29), ainda não entendendo que o Senhor não precisava de sua ajuda. Ele aprenderia mais sobre Deus no capítulo 4, mas isso é outra história.
Não vemos apenas um vilão em Nabucodonosor, mas alguém numa jornada espiritual. Na história da redenção de Deus, nosso herói, Jesus, alcança todos os que precisam de ajuda incluindo os vilões entre nós. Tim Gustafson - Pão Diário

Lição com desenhos

Minha amiga e conselheira desenhou um boneco de palitos numa folha de papel. E a rotulou como “particular”. Depois, desenhou um contorno em torno da figura, e chamou-o de “público”. A diferença entre o eu particular e o público representa o grau de nossa integridade. 
Fiz uma pausa e questionei-me: “Sou a mesma pessoa em público que sou em particular? Tenho integridade?”.
Paulo escreveu cartas para a igreja em Corinto tecendo amor e disciplina em seus ensinamentos para serem como Jesus. Ao aproximar-se do final da segunda carta aos coríntios, ele se dirigiu aos acusadores que desafiaram sua integridade dizendo que ele era ousado em suas cartas, mas fraco pessoalmente (2 Coríntios 10:10). Esses críticos usavam a oratória profissional para receber dinheiro de seus ouvintes. Paulo tinha conhecimento acadêmico, mas falava com simplicidade e clareza. “Minha mensagem e minha pregação foram muito simples”, escreveu numa carta anterior, “me firmei no poder do Espírito” (1 Coríntios 2:4). Sua carta posterior revelou sua integridade: “Essa gente deveria perceber que, quando estivermos presentes em pessoa, nossas ações serão tão enérgicas quanto aquilo que dizemos a distância” (2 Coríntios 10:11). Paulo se apresentou como a mesma pessoa em público que era em particular. E nós? Pão Diário

O Salvador que nos conhece

“Pai, que horas são?”, perguntou meu filho. “São 5h30”, respondi. Eu sabia exatamente o que viria em seguida. “Não, são 5h28!”. Vi seu rosto se iluminar. “Peguei vocês!”, disse radiante. Senti-me encantado pelo fato de conhecer meu filho, de um jeito que só um pai conhece.
Como qualquer pai atencioso, eu os conheço. Sei como vão reagir ao acordarem, o que vão querer almoçar, seus inúmeros interesses, desejos e preferências.
Mas, mesmo assim, nunca os conhecerei perfeitamente, por dentro e por fora, como o nosso Senhor nos conhece.
Temos um vislumbre do conhecimento que Jesus tem de Seu povo em João 1 quando Natanael, a quem Felipe havia pedido para encontrar Jesus, foi em Sua direção. Jesus lhe disse: “Aí está um verdadeiro filho de Israel, um homem totalmente íntegro” (v.47). Surpreendido, Natanael reagiu: “Como o senhor sabe a meu respeito?”. Um tanto misteriosamente, Jesus respondeu que Ele o vira sob a figueira (v.48). Podemos não saber por que Jesus escolheu compartilhar esse detalhe em particular, mas parece que Natanael sabia! E extasiado, respondeu: “Rabi, o senhor é o Filho de Deus” (v.49). Jesus nos conhece assim: íntima, completa e perfeitamente — como desejamos ser conhecidos. E nos aceita completamente — convidando-nos a sermos, não apenas Seus seguidores, mas Seus amados amigos (15:15). Pão Diário

Palavras que ferem

“Magrela”, provocou o menino. “Vareta”, outro emendou. Em resposta, eu poderia ter respondido “o que vem de baixo não me atinge”. Mas, mesmo sendo uma garotinha, eu sabia que não era bem assim. As palavras cruéis e impensadas doíam, às vezes doíam demais, deixando ferimentos que iam mais fundo e duravam muito mais tempo do que o vergão causado por uma pedra ou pedaço de pau.
Ana certamente conhecia a dor das palavras impensadas. Seu marido, Elcana, amava-a, mas ela não tinha filhos, enquanto a segunda esposa dele, Penina, tinha muitos. Em uma cultura em que o valor da mulher era muitas vezes baseado no fato de ter filhos, Penina aumentava a dor de Ana ao “provocá-la” continuamente por ainda não ter filhos. Ela agiu assim até Ana chorar e deixar de comer (1 Samuel 1:6,7). As intenções de Elcana eram provavelmente boas, mas a sua pergunta impensada: “Ana, por que você chora? […] Será que não sou melhor para você do que dez filhos?” (v.8) ainda era dolorosa.
Como Ana, nós também cambaleamos com palavras ofensivas. E talvez reagimos às nossas dores atacando e ferindo outros com as nossas palavras. Mas todos nós podemos recorrer ao nosso Deus amoroso e compassivo em busca de força e cura (Salmo 27:5,12-14). Ele nos recebe com palavras de amor e graça. Alyson Kieda - Pão Diário

Comunicação clara

Viajando pela Ásia, meu iPad (com material de leitura e documentos de trabalho) “morreu” repentinamente; uma condição descrita como “a tela preta da morte”. Busquei ajuda numa loja de informática e tive outro problema. Não falo chinês e o técnico da loja não falava inglês. A solução? Ele pegou um software no qual ele digitava em chinês e eu lia em inglês. O processo se invertia quando eu escrevia em inglês e ele lia em chinês. Pudemos nos comunicar claramente, mesmo em diferentes idiomas.
Às vezes, sinto que não consigo me comunicar e expressar-me quando oro ao meu Pai celestial — e não estou sozinho nisso. Às vezes lutamos com a oração. Mas o apóstolo Paulo escreveu: “E o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar segundo a vontade de Deus, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser expressos em palavras. E o Pai, que conhece cada coração, sabe quais são as intenções do Espírito, pois o Espírito intercede por nós, o povo santo, segundo a vontade de Deus” (Romanos 8:26,27).
Quão incrível é o dom do Espírito Santo! Melhor do que qualquer programa de computador, Ele comunica claramente os meus pensamentos e desejos em harmonia com os propósitos do Pai. A ação do Espírito faz a oração “funcionar”! Bill Crowder - Pão Diário

Deus de todas as pessoas

O ex-vocalista da banda Newsboys, Peter Furler, descreve o efeito que a canção “Ele reina” tem. Ela une cristãos de todas as nações para adorar a Deus. Furler observou que sempre que a cantavam, ele podia sentir a ação do Espírito Santo entre os cristãos.
A descrição de Furler sobre “Ele reina” provavelmente ressoaria entre as multidões que convergiram para Jerusalém no dia de Pentecostes. Quando os discípulos estavam cheios do Espírito Santo (Atos 2:4), as coisas começaram a acontecer além das experiências individuais. Em consequência, os “judeus devotos de todas as nações” se reuniram espantados, “pois cada um deles ouvia em seu próprio idioma […] as coisas maravilhosas que Deus fez” (vv.5,6,11). Pedro explicou à multidão que isso era o cumprimento da profecia na qual Deus disse: “derramarei meu Espírito sobre todo tipo de pessoa” (v.17).
Essa exibição inclusiva do poder de Deus fez a multidão aceitar o evangelho que Pedro anunciou e “naquele dia houve um acréscimo de três mil pessoas” (v.41). Depois disso, esses novos cristãos retornaram ao seu canto do mundo, levando as boas novas com eles.
As boas novas ainda ressoam hoje! É a mensagem de esperança de Deus para todos. Ao louvarmos a Deus juntos, o Seu Espírito move-se entre nós, reunindo as pessoas de todas as nações em maravilhosa união. Ele reina! Remi Oyedele - Pão Diário

Compartilhando as fatias

Estêvão, de 62 anos, veterano militar e sem-teto, escolheu um lugar de clima mais ameno onde dormir ao relento fosse tolerável o ano todo. Certa noite, enquanto exibia as suas artes manuais na tentativa de ganhar algum dinheiro, uma jovem se aproximou e ofereceu-lhe várias fatias de pizza. Estêvão aceitou com gratidão. Momentos depois, ele as compartilhou com outro sem-teto faminto. A mesma jovem ressurgiu com outro prato com pizzas, reconhecendo a generosidade dele.
Essa história retrata bem Provérbios 11:25: pois quando somos generosos com os outros, é provável que também experimentemos a generosidade. Mas não devemos dar esperando algo em troca; raramente a generosidade retorna de forma tão rápida e óbvia quanto o foi para Estevão. Ao contrário, nós damos para ajudar os outros como resposta amorosa às instruções de Deus (Filipenses 2:3,4; 1 João 3:17). E quando o fazemos, Deus fica satisfeito. Embora Ele não tenha obrigação de encher nossas carteiras ou barrigas, Ele frequentemente encontra uma maneira de nos revigorar, às vezes materialmente, outras espiritualmente.
Estêvão também compartilhou sua segunda pizza com um sorriso e as mãos abertas. Apesar de sua falta de recursos, ele é um exemplo do que significa viver generosamente, disposto a compartilhar com alegria o que temos, em vez de guardar para nós mesmos. À medida que Deus nos guia e fortalece, que o mesmo possa ser dito de nós. Kirsten Holmberg - Pão Diário

A oração de Ana

Quando Ana estava no segundo ano do Ensino Médio, ela e sua mãe ouviram a notícia sobre um jovem gravemente ferido num acidente de avião que levara a vida de seus pais. Embora não o conhecessem, a mãe de Ana disse: “Precisamos orar por ele e sua família”. E assim o fizeram.
Anos mais tarde, quando Ana frequentava a universidade, um colega de classe ofereceu-lhe o assento ao lado dele. Ele era o rapaz acidentado por quem Ana tinha orado anos antes. Começaram a namorar e casaram-se em 2018.
“É uma loucura pensar que eu estava orando pelo meu futuro marido”, disse Ana em uma entrevista pouco antes de se casarem. Pode ser fácil limitarmos nossas orações às nossas próprias necessidades pessoais e às pessoas mais próximas a nós, sem investir nosso tempo para orar pelos outros. No entanto, Paulo, escrevendo aos cristãos em Éfeso, disse-lhes: “Orem no Espírito em todos os momentos e ocasiões. Permaneçam atentos e sejam persistentes em suas orações por todo o povo santo” (Efésios 6:18). E 1 Timóteo 2:1 nos diz para orar “em favor de todos”, incluindo autoridades.
Oremos pelos outros, até por pessoas que não conhecemos. É uma das maneiras pelas quais podemos “levar os fardos uns dos outros” (Gálatas 6:2). Dave Branon - Pão Diário

Derrubando os pinos

Fiquei intrigada quando notei a tatuagem dos pinos de boliche no tornozelo da minha amiga. A música “Setting Up the Pins” (Organizando os pinos) de Sara Groves a inspirou para fazer essa tatuagem. A canção encoraja a alegrar-se com as tarefas rotineiras e repetitivas que às vezes parecem tão inúteis quanto arrumar manualmente os pinos de boliche, apenas para alguém vir derrubá-los.
Lavar. Cozinhar. Cortar a grama. A vida parece cheia de tarefas que, uma vez concluídas, precisam ser refeitas. Não é uma luta nova, mas uma frustração antiga, registrada no livro de Eclesiastes. O livro começa com o escritor reclamando sobre os intermináveis ciclos da vida humana como fúteis (1:2,3), sem sentido, pois “O que foi feito antes será feito outra vez” (v.9).
No entanto, o escritor foi capaz de recuperar o sentimento de alegria e significado, lembrando-nos que a nossa realização final vem de como reverenciamos a Deus e “obedecemos aos Seus mandamentos” (12:13). Confortamo-nos em saber que Deus valoriza até mesmo os aspectos comuns e aparentemente mundanos da vida e recompensará a nossa fidelidade (v.14).
Quais são os “pinos” que você está posicionando continuamente? Nos momentos em que as tarefas repetitivas começam a parecer cansativas, que tenhamos um momento para oferecê-las como oferta de amor a Deus. Lisa Samra - Pão Diário

Não perca a chance

“Nunca perca a chance de mostrar a Lua aos seus bebês!”, ela disse. Antes de nosso culto de oração do meio da semana começar, alguns comentaram sobre a Lua cheia da noite anterior. A Lua cheia no horizonte era impressionante. Dona Iolete, já idosa, era uma admiradora da grande criação de Deus. Ela sabia que minha esposa e eu tínhamos dois filhos ainda em casa nessa época e queria me ajudar a educá-los de maneira que valesse a pena. Nunca perca a chance de mostrar a Lua aos seus bebês!
Dona Iolete teria sido uma boa salmista. Seu tipo de atenção se reflete na descrição dos corpos celestes que Davi fez: que “não há som […] Sua mensagem, porém, chegou a toda a terra, e suas palavras, aos confins do mundo” (Salmo 19:3,4). Nem o salmista nem a dona Iolete tinham qualquer intenção de adorar a Lua ou as estrelas, mas, sim, as mãos criativas por trás delas. Os Céus e os céus proclamam nada menos do que a glória de Deus (v.1). Nós também podemos encorajar as pessoas ao nosso redor — de bebês e adolescentes a cônjuges e vizinhos — a parar, olhar e ouvir declarações e proclamações da glória de Deus à nossa volta. Chamar atenção para o trabalho de Suas mãos, por sua vez, leva-nos a adorar o maravilhoso Deus por trás de todo o espetáculo. Não perca essa chance. John Blase - Pão Diário

Florescendo no deserto


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O Deserto de Mojave tem dunas de areia, cânions, planaltos e montanhas como a maioria dos desertos. Um biólogo observou que de tempos em tempos a abundância de chuvas traz “tamanha riqueza de flores que quase toda areia ou cascalho se esconde sob as flores”. Mas esse show de flores silvestres não é um fenômeno anual. Os pesquisadores confirmam que o solo precisa ser encharcado por tempestades e aquecido pelo Sol, nos momentos certos, antes que as flores cubram o deserto com cores vibrantes.
A imagem de Deus trazendo vida ao terreno árido me faz lembrar do profeta Isaías. Ele compartilhou a visão encorajadora de esperança depois de entregar a mensagem do julgamento divino sobre todas as nações (Isaías 35). Descrevendo o futuro em que Deus “fará tudo se realizar”, o profeta diz: “As regiões desabitadas e o deserto exultarão; a terra desolada se alegrará e florescerá” (v.1). Declarou que o povo resgatado de Deus entrará em Seu reino “cantando […] coroados com alegria sem fim. A tristeza e o lamento desaparecerão…” (v.10).
Com o nosso futuro eterno garantido pelas promessas de Deus, podemos confiar nele durante as estações de seca e tempestades encharcadas. Profundamente enraizados em Seu amor, podemos crescer, florescendo à Sua semelhança, até que, na hora certa, Jesus retorne e corrija todas as coisas. Xochitl Dixon - Pão Diário

Encontrando o tesouro

João e Maria andavam com seu cachorro em sua propriedade quando tropeçaram numa lata enferrujada parcialmente desenterrada pelas recentes chuvas. Abriram a lata e descobriram ali moedas de ouro com mais de um século! O casal voltou ao local e achou mais sete latas com 1.427 moedas no total. Eles protegeram o seu tesouro, enterrando-o em outro lugar.
As moedas avaliadas em US$ 10 milhões são a maior descoberta do gênero na história dos EUA. Lembra-nos de uma parábola de Jesus: “O reino dos céus é como um tesouro escondido que um homem descobriu num campo. Em seu entusiasmo, ele o escondeu novamente, vendeu tudo que tinha e, […] comprou aquele campo” (Mateus 13:44).
Contos de tesouros enterrados capturaram a imaginação durante séculos, embora tais descobertas raramente aconteçam. Mas Jesus fala de um tesouro acessível a todos os que confessam seus pecados, o recebem e o seguem (João 1:12).
Nunca chegaremos ao fim desse tesouro. Quando abandonamos nossa vida antiga e buscamos a Deus e Seus propósitos, encontramos Seu valor. Por meio “da riqueza insuperável de sua graça, revelada na bondade que ele demonstrou por nós em Cristo Jesus” (Efésios 2:7), Deus nos oferece um tesouro além da imaginação, nova vida como Seus filhos e filhas, novo propósito na Terra e a alegria incompreensível da eternidade com Ele. James Banks - Pão Diário

Podemos descansar?

Daniel entrou no consultório da fisioterapeuta sabendo que sofreria muita dor. A terapeuta estendeu e dobrou o braço dele em posições que há meses, desde sua lesão, não tinham sido feitas. Depois de segurar cada posição desconfortável por alguns segundos, ela gentilmente lhe disse: “Ok, pode descansar”. Mais tarde, ele afirmou: “Acho que ouvi pelo menos 50 vezes em cada sessão de terapia: ‘Ok, pode descansar’”.
Pensando nessas palavras, Daniel percebeu que elas poderiam se aplicar ao restante de sua vida também. Ele poderia descansar na bondade e fidelidade de Deus em vez de se preocupar.
Quando Jesus se aproximava de Sua morte, Ele sabia que Seus discípulos precisariam aprender isso. Eles logo enfrentariam uma época de convulsão e perseguição. Para encorajá-los, Jesus disse que enviaria o Espírito Santo para viver com eles e lembrar-lhes do que Ele havia ensinado (v.26). E assim Ele pôde dizer: “Eu lhes deixo um presente, a minha plena paz […] não se aflijam nem tenham medo“ (João 14:27). Há motivo suficiente para estarmos tensos em nossa vida cotidiana. Mas podemos aumentar a nossa confiança em Deus, lembrando-nos de que o Seu Espírito vive em nós e nos oferece a Sua paz. Firmando-nos em Sua força, podemos ouvi-lo nas palavras da terapeuta: “Ok, pode descansar”. Anne Cetas - Pão Diário

Relógios noturnos

Durante os meus tempos de estudante, eu passava os verões trabalhando numa pousada entre as belíssimas montanhas. Os membros da equipe faziam rodízios de vigílias noturnas para ficar de olho nos incêndios florestais a fim de proteger os hóspedes enquanto dormiam. O que parecia ser tarefa exaustiva e ingrata era uma oportunidade única para aquietar-me, refletir e encontrar consolo na majestosa presença de Deus.
O rei Davi buscava e ansiava sinceramente pela presença de Deus (Salmo 63:1), até mesmo de seu leito e nas vigílias da noite (v.6). O salmo deixa claro que Davi estava ansioso. É possível que as palavras contidas no salmo reflitam sua profunda tristeza pela rebelião de seu filho Absalão. No entanto, a noite tornou-se um tempo para que Davi encontrasse ajuda e restauração à sombra das Suas asas (v.7) e em Seu poder e presença.
Talvez você esteja enfrentando alguma crise ou dificuldade em sua vida, e os relógios noturnos não são nada reconfortantes. Talvez o seu próprio “Absalão” pese no seu coração e alma ou outros encargos de família, trabalho ou finanças atormentem os seus momentos de descanso. Em caso afirmativo, considere esses momentos insones como oportunidades para clamar e apegar-se a Deus permitindo que a Sua forte mão o sustente (v.8). Pão Diário

À imagem de Deus

Quando a sua linda pele marrom começou a perder a sua cor, a jovem senhora se assustou, sentiu-se como se ela estivesse desaparecendo ou perdendo o seu “eu”. Com maquiagem pesada, ela cobria o que chamava de suas “manchas” de pele mais claras causadas por vitiligo — a perda de melanina, pigmento da pele que lhe dá o tom.
Porém, certo dia, ela se perguntou: “Por que esconder? Confiando na força de Deus para se autoaceitar, ela parou de usar maquiagem pesada. Logo, começou a receber atenção por sua autoconfiança. Por fim, tornou-se a primeira porta-voz do vitiligo para uma marca global de cosméticos.
“É uma enorme bênção”, disse a um apresentador de TV, acrescentando que sua fé, família e amigos são sua fonte de encorajamento.
A história dessa mulher nos convida a lembrar que cada um de nós foi criado à Sua imagem. “…Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou“ (Gênesis 1:27). Não importa a nossa aparência exterior, todos nós somos portadores da imagem divina. Como Suas criaturas, refletimos Sua glória; e como cristãos estamos sendo transformados para representar Jesus neste mundo. Você luta para amar a sua aparência? Olhe-se no espelho e sorria para Deus. Ele o criou à Sua imagem. Patricia Raybon - Pão Diário

Maus consoladores

Um dos enterros mais difíceis em que preguei foi o de um pastor que se atirou de um prédio. Eu não sabia o que falar diante daquele cenário. Meses depois, a viúva me procurou para me agradecer. Disse-lhe que não a entendia porque eu havia ficado sem palavras naquela ocasião. A senhora respondeu: “Todos me disseram algo, e ouvi muitas coisas esquisitas. Mas o senhor foi o único que me abraçou e chorou comigo”.
Quando damos respostas simplistas ao problema do sofrimento, geramos mais sofrimento em vez de consolar. Um dos reducionismos mais comuns diz que todo o mal que sofremos é fruto de alguma falha nossa em relação a Deus. Como se o viver de acordo com a vontade do Senhor garantisse que tudo sempre dará certo. Devíamos ouvir o conselho de Jó: “Escutem com atenção o que eu digo; essa é a consolação que podem me dar” (Jó 21:2).
Esse homem enfrentava as piores experiências de vida cercado por amigos bem-intencionados, mas que, infelizmente, só faziam aumentar a sua dor. Suas “consolações” consistiam em acusações para tentar provocar “arrependimento” no pecador Jó, conforme interpretavam. No final do livro, eles são repreendidos por Deus por terem um discurso errado diante da situação.
As pessoas que sofrem não querem respostas de nossa teologia brilhante. Elas querem o coração de Jesus em nós. Paschoal - Pão Diário